terça-feira, outubro 19, 2004

A sedução das palavras

“Todas as cartas de amor são ridículas”... Escreveu o Poeta.
Não escreverei aqui esse poema, repetido até à exaustão pelos amantes e poetas.
Este poema é belo no edifício das palavras e na ironia que transforma subtis paixões, em frases de delírio de sentidos.
A sedução das palavras… Como nos apaixonamos por sinais gráficos alinhados em linhas paralelas a que chamamos linhas, agrupados em códigos que chamamos parágrafos, juntas em folhas de papel a que chamamos livro.
Escrevamos juntos um livro interminável, sem princípio e sem fim, com páginas que não podemos rasgar, pois de papel não são feitas, mas de brilho luminoso de um écran, e esperaremos que haja luar esta noite… Temos sede de ler… E fome de sermos autores deste livro interminável, fugaz e efémero.