sábado, fevereiro 12, 2005

The End

Apetece-me deixar um último post. Com imagens de alguns filmes da minha vida. Sem ordem, sem prioridades, sem catalogação.
Porque este blogue viveu de sonho, de música e de realidade.
Como nos filmes.

A kiss is just a Kiss...
































quarta-feira, fevereiro 09, 2005

Porque no fim também está a virtude...

Este blog vai terminar por aqui.
Em meu nome e da jovem Lola agradeço a todos que nos deram a sua atenção, o seu carinho, as suas opiniões.
Estou certo de que aprendemos muito com todos vocês.
E mesmo que esteja errado pois paciência, fica sempre bem dizer coisas deste tipo.

O mundo dos blogs para mim termina de vez aqui.
A bela e doce Lola poderá continuar a ser visitada e acarinhada nos seus outros locais de culto, que tantas vezes me preencheram vazios, falhas e até mesmo lapsos de sonhos.

Termino aqui da mesma forma que comecei em tempos, noutro lugar, com outras ideias, com outras estórias.
Para que não me chamem lamechas, tinhoso, ou até mesmo inculto despeço-me em francês, com um simples...

Au re buá!

Dou comigo num local novo, rodeado de ideias e sonhos fantásticos, rodeado do teu cheiro e sabor imaginário. Medito, penso e chego à conclusão que cada vez sei menos sobre mim e que cada vez quero saber mais sobre ti. Olho ao longe o sol que mais uma vez insiste em deitar-se, e sorrio ao lembrar teu olhar mirando o infinito, como quem tenta perceber a que horas chegará a felicidade. Acendo um cigarro em sinal de protesto, por mais uma baleia assassinada em prol do desenvolvimento, e volto a emergir naquele espaço invisível, onde tão confortável me sinto.
Como estará o tempo no sul de Espanha?
Malditos espanhóis, estão em todo o lado, dizem que agora até existem alguns em Espanha! Estendo as pernas na cadeira, e recomeço a imaginar o cenário perfeito...vejo algumas palmeiras ao fundo, umas quantas pirâmides e alguns macacos saltitantes...o sol está deliciosamente morno e convida a mais um copo do recém apresentado Grandjó - Não é que esta coisa escorrega bem mesmo?
Uns miúdos chutam um coco para marcar golo, seguido de um ai estridente, algumas pessoas emergem seus pés esfolados pela areia na água do mar azul, e mesmo ali ao meu lado um casal de pássaros do paraíso esfregam os bicos um no outro, como que dizendo eu amo-te em passarinhês. Encolho os ombros e dou nova espreitadela no relógio do telemóvel, alguém está muito atrasado...só ainda não sei bem quem!

- Olá- dizem de forma estranhamente ternurenta - desculpa o atraso... houveram uns problemas no aeroporto. Uns tipos de vestido branco, barbas enormes e lenços na cabeça resolveram raptar ao que parece um árbitro qualquer de futebol e atrasaram os voos todos, mas já cheguei!·
Seria comigo que falavam? Afinal eu esperava mesmo alguém!·
Sentou-se...colocou os óculos de sol na cabeça e acendeu também ela um cigarro.
Aquele rosto de súbito tornou-se o mais familiar de todos aqueles que já conhecia, e apeteceu-me debruçar meus lábios sobre os dela e dizer - Que saudades baby...ainda bem que chegaste!

Nessa tarde, visitamos uma ilha próxima...dançamos um ritual local de extremo rigor físico, e bebemos umas bebidas que tinham nome de formiga africana e ficamos como que ligeiramente embriagados.
Mais tarde, qual estrelas de Hollywood, fomos a cavalgar num cavalo branco para uma praia deserta, onde nos prostramos a imaginar desenhos estapafúrdios nas nuvens.
E foi tão bom...tão saboroso...tão irreal quanto a realidade o permite.·
Ao acordar, apercebi-me do frio que fazia...a porcaria do cão, roubou-me o edredão de novo!! Preciso dormir...preciso sonhar, preciso voltar lá...preciso...preciso!!!

Voltei a emergir num sono profundo.Apesar disso meus instintos sentiam-se vivos e inquietos.
Algo parecia fora do lugar, como se de repente alguém tivesse mexido nas minhas ideias e as tivesse transformado num Universo paralelo.
Ouvi dois assobios distintos.Olhei para trás e corri a esconder-me num arbusto bem próximo.
Apenas um vulto - Que esquisito! - pensei, e logo a seguir deixei-me guiar por aquela bela melodia que insistia em fazer meu corpo agitar-se, tal qual fazemos com as garrafinhas de iogurte líquido.
Nunca senti medo.
Aliás, acho que nem sentia nada.
Estava em forma pela primeira vez em muitos anos, e o corpo musculado nada se assemelhava com aquilo que eu julgava ser.
Então, algo me acariciou. Não daquela forma vulgar de acariciar, mas com uma suavidade nunca antes sentida e com o dom de me arrepiar a pele todinha.

Taparam-me os olhos, fazendo conchinha com as mãos e sopraram-me ao ouvido - Quem é?
Arrisquei um subtil - És tu?Não?
Sorriu calorosamente a abraçou-me, esquentando meus braços e fazendo com que girasse para ficar de frente para ela.
Por momentos desviei o meu olhar para ver se existia mais alguém na rua áquela hora, e reparei que o sol também ria para mim, acenando com a cabeça em sinal de aprovação, as nuvens corriam á volta dele e faziam pequenas coreografias em bicos de pés, e apeteceu-me parar o tempo...mas não já.
Primeiro tinha de beijar aquela boca suculenta... - hum...este sabor...Eu conheço-te - disse-lhe - Sonho contigo todas as noites!
- Eu sei...costumo estar lá, lembras? - respondeu com aquele sorriso de sempre.
Nessa noite caminhamos durante horas. Nem me recordo bem quantas vezes a paisagem mudou de forma e de cor.

A certo momento paramos, e entregamo-nos a fazer algumas marotices.
Observei com gulodice todos os centimetrozitos do corpo dela, e percorri-o de uma ponta á outra, ora com as mãos, ora com a boca, saboreando-a com prazer.
Continuamos assim durante tempos infinitos, e senti finalmente o significado da expressão, fazer amor.
Então...um desconforto repentino acordou-me...olhei os lençois que se apresentavam ligeiramente húmidos, e levantei-me...
-Não vejo a hora de serem horas de dormir de novo!

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Fantasias revividas

Não estranhas as minhas fantasias? Não achas suspeito que me tente dedicar a ti quando não te ouso sequer tocar?
Sinto-me verdadeiramente na dúvida se te deva ou não levar comigo para onde quer que seja.
Estranho-me sem ti. Sinto-me distante de mim mesmo quando não te imagino aí, sentada a olhar-me, respondendo às minhas provocações em tom maroto e indisponivel.
Faz já quatro dias que me faço acompanhar apenas da lua e receio que tenha começado a perder o interesse. Estou a ficar demasiado banal.
Porque raios tenho de te conquistar da forma mais dificil possivel? Pudesse eu falar e para que usaria tantas palavras?

Já viste que quando te olho tremo? Entendes que sempre que te ouço surgem mesmo recordações por concretizar na minha cabeça?

- Ó Lua - Gritei - Porque me acompanhas tu?
Ouvi um tímido, não sei, porque sou obrigada, e encolhi os ombros.
Encaminhei-me lentamente para a beira do local exacto onde costumas deixar o teu casaco e procurei o teu cheiro.
Senti-o por uns segundos e recordei a ultima vez que tinhas entrado abruptamente pela porta da frente.
Vinhas eufórica, ansiosa por me contar o que se tinha passado com a Joana e o Alcides.
Ficas linda quando estás entusiasmada sabias? Ou melhor, ficas com um tipo de beleza diferente.

Parei-te e disse apenas.

Lembras-te daquele primeiro beijo?
Aquele que nos apresentou a boca um do outro.
Aquele que nos mostrou que por vezes os sonhos são tão mais do que isso mesmo.
Começou tímido, encostando levemente os teus lábios nos meus.
Cresceu pouco a pouco numa ternura constante e semi consciente.
Tornou-se mágico e curioso, exigindo que todos os recantos das nossas bocas fossem explorados.
Depois, tranformou-se num momento eterno, misturando sabores e salivas numa colheita especial, produzida apenas para nós.
Lembras-te das mãos que pediam corpo?
Do corpo que se agitava ritmadamente ao som das nossas pulsações?
E os olhos?
Aquele olhar carinhoso, profundo, sentido...

Ainda hoje me pergunto...afinal que aconteceu com a Joana e o Alcides?